2/07/2007

Vêm aí as obras do Metro!

Desde Outubro de 2002 que a Comissão de Moradores tem vindo a expressar ao Metropolitano de Lisboa, E.P. (ML) e à Câmara Municipal de Lisboa (CML) as suas preocupações e recomendações relativamente a estas obras.

A Comissão de Moradores enviou recentemente à CML, ML e Junta de Freguesia o documento que se publica e que resultou de uma análise das plantas, datadas de Dezembro de 2006, que foram recentemente facultadas pelo Metropolitano de Lisboa, E.P. à Junta de Freguesia de S. Sebastião da Pedreira.


PROLONGAMENTO DA LINHA VERMELHA DO METROPOLITANO DE LISBOA (Documento)


Após análise das plantas que foram facultadas pelo Metropolitano de Lisboa, E.P. à Junta de Freguesia de S. Sebastião da Pedreira, datadas de Dezembro de 2006 e relativas à obra em referência, informamos o seguinte:

1 Elementos em falta

1.1 Plantas de acessos e rede de percursos pedonais em todas as fases da obra

O Bairro Azul é um bairro onde os fluxos pedonais são muito significativos: Escola Marquesa de Alorna (com cerca de 700 alunos e 200 professores e pessoal); Universidade Nova (com cerca de 2.000 alunos, professores e pessoal); Mesquita (apta, ainda este ano, a receber 4.500 utentes/dia); Clínica dos SAMS (com 500 profissionais a receber uma média de 500 utentes/dia); Bancos Santander e Popular (com cerca de 1.600 funcionários); Teatro Aberto (com 550 lugares); hotéis da Av. José Malhoa; etc.

Por outro lado, no Bairro Azul, a população é, na sua maioria, constituída por pessoas de idade avançada.

Assim, é essencial assegurar condições de conforto e segurança nos acessos ao Bairro e no atravessamento, em especial da Av. A. A. Aguiar, uma vez que vai deixar de existir a passagem subterrânea do Metro, habitualmente utilizada para atravessar esta rua, dado que à superfície foram há alguns anos retirados os sinais e as passadeiras.

As passagens para peões deverão ter uma largura mínima de 1,20 metros e estar em boas condições, devidamente sinalizadas e iluminadas.

1.2 Plantas da situação final – após a obra realizada

Que incluam, designadamente, o projecto de requalificação da frente do Bairro – desde o Palacete Mendonça na Rua Marquês de Fronteira até à Av. A.A.Aguiar, (conforme compromisso assumido pelo Metropolitano de Lisboa, E.P.) e o que se refere adiante nos pontos 3, 6.3 e 6.4.

1.3 Cronograma da Obra – início e conclusão dos trabalhos e prazos para cada uma das fases.

1.4 Horários da realização dos trabalhos e medidas tendentes a minimizarem o ruído.


2 Circulação de Veículos Pesados sempre por fora do Bairro

A obra vai decorrer a céu aberto (ao contrário do que tinha sido afirmado à Comissão de Moradores e aconteceu noutras zonas da cidade) com grande economia de meios para o Metropolitano de Lisboa, E.P. mas enorme desconforto para a população.

No sentido de minimizar os impactos negativos que esta obra vai trazer ao Bairro, durante cerca de 2 anos, a circulação de veículos pesados (saída e entrada de materiais, entulho, etc.) deverá ser sempre feita por fora do Bairro, ou seja, pelas ruas que o limitam, Rua Marquês de Fronteira e Av. António Augusto de Aguiar.


3 Estacionamento

A diminuição do número de lugares de estacionamento no Bairro, designadamente na Av. Ressano Garcia e Rua Marquês de Fronteira deverá ser compensada com a criação de lugares de estacionamento para moradores (p.ex: nos logradouros, nos parques do El Corte Inglês, do SAMS, etc.).

Ainda, e dado que se prevê, para breve, a conclusão das obras da Mesquita Central de Lisboa, que passará a ter capacidade para acolher 4.500 utentes/dia, deverá ser estudada a possibilidade de construção, na periferia do Bairro, de um parque de estacionamento que sirva moradores e visitantes (p. ex: subsolo da Rua Júlio Dantas / Rua da Mesquita).

4 Estaleiro de Obras

Conforme proposta já apresentada à CML que mereceu aceitação por parte do Metropolitano de Lisboa, os tapumes/taipais de protecção à obra deverão servir de suporte a uma exposição sobre o Bairro Azul, dado tratar-se de um bairro com valor patrimonial em Vias de Classificação.

5 Manutenção e limpeza

Durante o período em que decorrem as obras, as ruas e os passeios do Bairro deverão ser mantidos em perfeitas condições, devendo o Metropolitano proceder às necessárias reparações e à lavagem diária dos mesmos.

6 De forma a minimizar o impacto desta obra no dia-a-dia de cada uma das ruas do Bairro, considera-se:

6.1 Av. Ressano Garcia

Trânsito – trânsito local em dois sentidos.

Passeios – mantendo a largura actual, não deverão ser utilizados para estacionamento de máquinas ou automóveis, depósito de materiais, ou equipamentos, etc. Os passeios devem estar em perfeitas condições para continuarem a ser fruídos pela população e visitantes do Bairro.

Estacionamento – paralelo ao eixo da via, de ambos os lados da avenida.

Manutenção das árvores – não deverão ser autorizados cortes de árvores.

6.2 Rua Fialho de Almeida

Trânsito – Altera-se o sentido do trânsito na rua Fialho de Almeida que deverá receber apenas o trânsito que vem da Rua Marquês de Fronteira, no sentido ascendente.

Estacionamento - Mantém-se o estacionamento em espinha.

6.3 Rua Ramalho Ortigão

A obra do Metropolitano não provoca alterações ao trânsito e ao estacionamento nesta rua. No entanto, a intervenção de fundo que se aguarda nesta rua (diminuição das faixas de rodagem, plantação de árvores, aumento dos passeios etc.) deverá ser projectada e incluída nas plantas da situação final, após a obra realizada.

6.4 Av. A.A:Aguiar

Requalificação da frente da Av. A.A.Aguiar com alargamento dos passeios, reordenamento do estacionamento, plantação de árvores, tirando partido da desactivação das bombas de gasolina e da saída da estação do Metropolitano. Esta requalificação deverá também constar nas plantas da situação final.

7 Policiamento e actuação da EMEL

Tendo em consideração o grande acréscimo de dificuldades de trânsito e estacionamento que irão surgir, é indispensável trazer para o Bairro um aumento de policiamento e actuação por parte do pessoal da EMEL.


8 Minimização dos transtornos causados pelo fecho da Estação

Durante o tempo em que as saídas para o Bairro Azul vão estar fechadas, dado que a saída da Rua Carlos Testa fica bastante distante do Bairro e pelas razões expostas em 1.1, (designadamente questões de segurança para os alunos da Escola Marquesa de Alorna e idosos), deverá ser negociado com o El Corte Inglês o alargamento do horário de abertura da saída que dá acesso directo ao mega armazém ou disponibilizado (das 6:30H às 10:00H) um transporte alternativo por parte do Metropolitano de Lisboa, E.P.


2007-01-29

c.c. Presidente CML
Presidente Metropolitano de Lisboa, E.P,
Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião da Pedreira
Gabinete da Vereação do Urbanismo

1/27/2007

Que cidade queremos?

A opinião de ( Publico local de 27-01-07)

Parece ter virado moda: de cada vez que em Portugal um promotor imobiliário pretende fazer aprovar um projecto que não "cabe" no Plano Director Municipal (PDM) - em razão da altura das cérceas, da excessiva densidade de construção, ou de ambas -, entrega-o a um nome sonante da arquitectura para melhor o fazer "passar": é o que está a acontecer mais uma vez com os projectos de Norman Forster para Santos e de Ricardo Bofill para as Picoas, em Lisboa, apresentados com a aura de "arquitectura de autor" - como se toda a restante arquitectura não tivesse autor e como se tal cunho bastasse para autorizar, a priori, toda e qualquer obra sua.
Convirá assim recordar que cada obra - incluindo as ditas "de autor" - vale, ou não, por si própria, na sua relação com o sítio, o quadro envolvente e a história, os quais consubstanciam a sua "circunstância", para transpor para a arquitectura o conhecido conceito de Ortega y Gasset. E o valor estético de uma obra de arquitectura não deve ser jamais dissociado do seu impacto urbanístico na apreciação que dela fazemos. A sua conformação topográfica e urbanística é uma condição da sua existência. Por isso, entendemos também que reduzir a discussão em torno da construção ou não de torres na cidade a uma questão de beleza ou de gosto descentra e falseia a própria discussão. Pelo seu impacto urbanístico, uma torre não é nunca uma mera peça escultórica!
Que visa a referida estratégia? Duas coisas: intimidar os cidadãos com a "autoridade" dos nomes e, sob o pretexto de que estão em causa projectos de excepcional valor arquitectónico, forçar o contornamento do PDM através da elaboração de planos de pormenor, também eles de excepção, feitos por medida.
Perguntar-se-á: mas pode um plano de pormenor, instrumento de gestão territorial subordinado ao PDM, estar em desacordo com este? Por extravagante que pareça, pode. Atente-se no Decreto-Lei 380/99, que estabelece o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, e no seu art.º 80 (Ratificação), todo ele um mimo de subversão da lei pela própria lei, alçapão pelo qual a lei é evacuada para, em toda a legalidade, dar lugar ao livre arbítrio dos homens. Reza o seu n.º 3: "Quando não se verifique a conformidade devida [com as disposições legais e regulamentares vigentes, bem como com quaisquer outros instrumentos de gestão territorial eficazes], o Governo pode ainda proceder à ratificação no caso de [...] e) O plano de pormenor, não obstante a desconformidade com o plano director municipal ou o plano de urbanização, ter sido objecto de parecer favorável da comissão de coordenação regional".
Assim a apreciação subjectiva e casuística das CCR e do próprio Governo dá cobertura legal a tais projectos, mesmo que em violação do PDM e da demais legislação e regulamentação urbanística!

O exemplo do projecto de Bofill
Eis o xeque-mate legal que abre a porta àquilo a que poderíamos chamar o tratamento VIP da especulação imobiliária. Este começa, aliás, no próprio poder autárquico. Recordemos a declaração da vereadora do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa recolhida pelo jornal Expresso de 23 de Setembro último a propósito desta temática: "As torres permitem libertar espaço público à superfície. Com esse espaço é possível construir mais fruições". Confrontemo-la, por exemplo, com o projecto de Bofill para as Picoas: a ir avante, a torre surgirá no mesmíssimo gaveto anteriormente ocupado por um palacete rodeado de um jardim, entretanto demolido. O "espaço" que a torre viria "libertar" é o volume em altura acima do ocupado pelo palacete e pelo jardim, ou seja, 20 e muitos pisos! Nem é público nem permite "construir fruições" nenhumas (a não ser, naturalmente, a fruição que resulta da multiplicação do capital, mas essa é pelos seus promotores que é "fruída").
Esse projecto inscreve-se, aliás, numa estratégia mais vasta de alteamento das cérceas na Av. Fontes Pereira de Melo para os cerca de 30 pisos/100 metros de altura, a que o referido plano de pormenor viria dar "cobertura legal". A concretizar-se, não só subverterá o PDM como violará igualmente, entre outras - e a coberto do referido art.º 80 do Decreto-Lei 380/99 -, aquela que é uma das regras de ouro do urbanismo, a chamada "regra dos 45º", consagrada no art.º 59 do Regulamento Geral das Edificações Urbanas, segundo o qual "a altura de qualquer edificação será fixada de forma que [...] não ultrapasse o limite definido pela linha recta a 45º traçada [...] a partir do alinhamento da edificação fronteira [...]"!
Que o próprio poder autárquico apadrinhe tamanho desvario urbanístico representa, a nosso ver, um abuso e desvio de poder: não foi para favorecer a mais desaforada especulação que ele foi eleito, mas para promover o interesse público, zelando pelo direito dos cidadãos a viver numa cidade habitável! E que um cancro legal como o acima referido exista e lhe dê "cobertura" é uma afronta à ética, ao direito e à cidadania!
Convém não esquecer que, se o lucro da especulação que as torres servem é privado, o seu custo é público: por regra, atentam contra a cidade, a sua sustentabilidade urbanística e ambiental e o homem; o que trazem é rotura de escala, hiperdensificação, congestionamento, desumanização.
Os inúmeros projectos "em carteira" para Lisboa não deixam dúvidas: aí, as torres libertam espaço à superfície... para a construção de outras torres. Não é por acaso que a torre de Bofill vem "ombrear" com o Sheraton próximo: é bem mais fácil fazê-la "passar" no quadro de rotura que este já criou. E mais fácil será fazer passar outras naquele local existindo já aquelas duas!
O propósito que lhes subjaz tem tudo a ganhar com a desconstrução da cidade e com a destruição da memória que a acompanha. Quanto mais homogénea e legível na sua homogeneidade for a cidade, melhor ela resistirá à predação. E, inversamente, quanto mais desordenada for, mais exposta à predação estará.
A arquitectura e o urbanismo só podem vingar enquanto artes de construção da cidade na duração e na regra. Ora o espaço urbano é, cada vez mais, alvo de uma ganância especulativa que o vê como um bem consumível a explorar na imediatez da oportunidade e ao sabor da mesma, ganância essa para a qual regra e estabilidade legal são um estorvo. E não nos deve surpreender que "autores" de arquitectura - que são empresários da arquitectura também, com ateliers de dezenas de pessoas a trabalhar para si - estejam prontos a servi-la, teorizando, se preciso for, sobre as vantagens da construção em altura. As suas, ao menos, são inegáveis, com o que tais projectos lhes dão a ganhar.

Alargar o exercício da cidadania
É contra esta "visão" de cidade "do tempo breve", da instantaneidade aleatória, que aposta na rentabilização extrema do seu espaço, vandalizando-o, que nos cabe agir, salvando o que ainda pode ser salvo e travando o desurbanismo que por aí campeia. É possível contrapor-lhe uma concepção de cidade que, projectando-se no tempo, aposte na renovação e revitalização do património edificado, na recuperação dos quarteirões, na recomposição, num urbanismo modular e sustentável, virado para o homem e respeitador do ambiente. Sem um sobressalto cívico, muito horror urbano nos espera!
Neste quadro, o espaço reservado ao efectivo exercício da cidadania - que é, antes de mais, participação continuada, a diversos níveis, na vida e na governação da cidade - é demasiado limitativo, encontrando-se nele os interesses dos cidadãos insuficientemente protegidos.
As nossas cidades não deixarão de se degradar enquanto esta marginalização dos cidadãos se mantiver. É para reequilibrar um barco que adorna sempre para o lado errado que pomos quatro ideias à consideração pública: o alargamento do âmbito da discussão e da participação pública, de forma simplificada, a projectos de edificação a partir, por exemplo, dos 1000 m2 de área; a colocação obrigatória de maquetas destes projectos nas juntas de freguesia, para apreciação pública; a possibilidade de referendo vinculativo à escala municipal e/ou de freguesia sobre projectos arquitectónicos ou urbanísticos que dêem origem a uma petição assinada por uma dada percentagem mínima de residentes (p. ex., três ou cinco por cento); e por último, mas não de somenos, o princípio da criação de uma área verde mínima por área construída em cada novo loteamento (por ex., 1 m2 de área verde por 4 m2 de área construída), vertendo todos estes princípios na lei.
E o bem comum exige que a lei seja expurgada quanto antes de cancros legais como o acima identificado e que princípios universalmente reconhecidos e inscritos na lei, como a regra dos 45º, sejam cumpridos escrupulosamente!
Os cidadãos, que deveriam ser actores incontornáveis na governação da cidade, têm vivido arredados do palco onde as decisões se tomam - quantas vezes em seu detrimento. É com eles que urge repensar a cidade, alargando o espaço da cidadania. Julgamos que as vias aqui propostas permitem fazê-lo. Eles, melhor do que ninguém, a saberão defender. Têm nisso, aliás, todo o interesse!

1/18/2007

Mesquita de Lisboa entra na última fase de obras

Kátia Catulo
Rodrigo Cabrita (foto)
DN

A Mesquita de Lisboa entrou na terceira e última fase de obras. Inaugurada em 1985 com a construção da sala de culto, os trabalhos no templo muçulmano estarão terminados no final deste ano. A data de conclusão, porém, dependerá da capacidade da Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) para angariar os donativos que visam ampliar este espaço junto à Praça de Espanha.

"Trata-se de obras que no total levaram 27 anos a ficar prontas. Mas estes cálculos só estarão certos se conseguirmos atingir o nosso objectivo que é concluir os trabalhos até ao fim de 2007", esclareceu Mahomed Abed, membro da comissão de obras da Mesquita de Lisboa. São necessários, portanto, cerca de três milhões de euros para terminar o revestimento em tijolo no exterior da mesquita, instalar um sistema de aquecimento de águas com recurso a energia solar, construir um pavilhão multiusos ou um salão nobre com capacidade para 700 pessoas.

Parte destes fundos já está garantido com donativos vindos de vários países islâmicos. "A cobertura das cúpulas e do topo do minarete foi uma oferta de um empresário iraquiano e de uma empresa estatal iraniana que desejam manter o anonimato", explicou Abed, esclarecendo ainda que os mármores que irão revestir o salão nobre e o átrio são um contributo do Estado turco. Os restantes donativos chegam de empresários e famílias da CIL: "Todos contribuem, desde o mais pequeno ao mais poderoso."

Após as obras, a Mesquita de Lisboa irá aumentar a sua capacidade: "Em dias festivos, como o fim do Ramadão, conseguimos acolher cerca de três mil pessoas nas nossas instalações. Com o fim dos trabalhos esperamos aumentar esse número para 4500 pessoas."

Aberto à população residente

As novas valências da mesquita não se destinam apenas à comunidade islâmica. Mahomed Abed explicou ao DN que um dos objectivos passa por colocar o pavilhão multiusos à disposição da população residente: "Os moradores poderão usar o espaço para praticar ginástica e outros desportos. Penso que o pavilhão será uma vantagem para esta zona da cidade, onde não existem muitos equipamentos desportivos."

As obras, que decorrem desde finais de 2005, não irão afectar a actividade regular do templo muçulmano, que, além do horário de culto, continuará a acolher o curso de árabe todas as quartas-feiras entre as 18.00 e as 20.00. As aulas são gratuitas e ministradas por David Munir, xeque da Mesquita de Lisboa: "Esta é uma iniciativa que tem registado a adesão de todo o tipo de pessoas. Basta dizer que 90% dos alunos não pertencem à comunidade islâmica."

Curiosidade pelo Islão

A curiosidade pelo Islão cresceu com a Guerra do Golfo (1990) e após os atentados de 11 de Setembro, esclareceu o responsável, adiantando que a Mesquita de Lisboa recebe todos os dias visitas de alunos de escolas de todo o País: "Só no ano passado passaram por aqui mais de oito mil estudantes."

Foi esse interesse, aliás, que levou Yiossuf Mohamad Adamgy, director da revista Al Furqán, a criar a Feira do Livro Islâmico nas instalações da mesquita. A mostra realiza-se desde 1997 e repete-se todos os anos durante a última semana do mês do Ramadão (este ano, em meados de Outubro). O evento foi para muitos a primeira oportunidade de entrar na Mesquita de Lisboa. "As pessoas pensavam que se tratava de um lugar proibido e a feira do livro veio quebrar este tabu", contou Yiossuf Mohamad Adamgy

12/14/2006

Este Natal Faça as comprar nas lojas do seu Bairro

Conhece as novas lojas do seu Bairro? Talvez não!
Propomos-lhe um passeio a pé pelo Bairro Azul. Primeiro que tudo, descubra as novas caixas Multibanco! Há várias espalhadas pelo Bairro.
Na Marquês de Fronteira, junto ao antigo SAMS, existem três lojas à sua espera. Na Fialho de Almeida, um café acolhedor e uma loja com artigos para casa. Compre os seus arranjos de Natal na florista do Bairro e espreite o “histórico” café da Júlio Dantas: está de casa lavada! Na Ressano Garcia há uma nova loja de decoração e um cabeleireiro com ginásio. Na Ramalho Ortigão abriu também um moderno espaço de beleza.
Em muitos locais do Bairro pode encomendar a sua ceia de Natal! A dificuldade está na escolha!
Algumas lojas fazem preços especiais para os residentes do Bairro Azul. Descubra quais!
Este Natal faça as compras nas lojas do seu Bairro!

4/24/2006

Bairro Azul: a destruiçao continua



Público Local
18 de Abril de 2006-04-24

Há um ano com o estatuto de Bairro " em Vias de Classificação"

Apesar de estar incluído no Inventário Municipal do Património, o Bairro Azul ficou, sem se saber bem como, entalado entre gigantescos empreendimentos. Em Junho de 2002, pensando que a sua classificação seria uma forma eficaz de protecção, a Comissão de Moradores do Bairro Azul entregou ao IPPAR e ao então Vice-presidente da CML, Prof. Carmona Rodrigues, um pedido de classificação do Bairro como "Conjunto Urbano de Interesse Concelhio".

No dia 21 de Abril de 2005, quase três anos passados desde a apresentação do nosso pedido, o Bairro Azul passou a ter o estatuto de Bairro "em Vias de Classificação" (Boletim Municipal nr. 583).


No entanto, um ano após a atribuição desse estatuto, nada mudou. O Bairro Azul continua decadente, com mais de uma centena de fogos devolutos e vários prédios quase abandonados e a sua destruição prossegue: as fachadas exibem cada vez mais publicidade abusiva; as caixilharias originais continuam a ser substituídas por outras de desenho e materiais inadequados; os aparelhos de ar condicionado, parabólicas e afins continuam a proliferar; as lojas tradicionais encerram ou "modernizam-se" ; o "Azul", que deu o nome ao Bairro, dá lugar ao "Rosa" e, recentemente, a um extravagante "Amarelo Limão"; a rua Ramalho Ortigão é, cada vez mais, uma via rápida; o Metropolitano parece estar prestes a arrasar a frente do Bairro, onde existem árvores de grande porte, sem que ninguém dê resposta aos inúmeros abaixo-assinados e sugestões apresentados pelos moradores…

Há um ano "em Vias de Classificação", a destruição continua!

A Prof. Doutora Raquel Henriques da Silva dizia num texto que anexámos ao processo do pedido de classificação, entregue em Junho de 2002:

"(…) o Bairro (Azul) reúne todas as condições para ser classificado. E tal tornou-se indispensável para que a vida que nele existe não estiole. Mas a classificação visa também ser uma via propiciatória para o requalificar (…)".

É isso que pretendemos. E é isso que temos vindo a propor, insistentemente, ao longo destes anos, à Câmara Municipal de Lisboa: que a Classificação seja o primeiro passo de um Projecto Global de Requalificação e Reabilitação para o Bairro Azul que contemple medidas inovadoras para devolver a este conjunto a sua unidade, que promova a reabilitação do edificado e o combate à desertificação, que implemente medidas concretas de apoio ao pequeno comércio de bairro, que avalie a questão da segurança de pessoas e bens,...

No mesmo texto propunha ainda a Prof. Doutora Raquel Henriques da Silva:

"(…) em indispensável articulação com os qualificados serviços do Arquivo Histórico Municipal, (proponho-me) orientar alguns dos trabalhos dos meus alunos da licenciatura em História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (vizinha do Bairro, do outro lado do parque Gulbenkian) para continuarmos a estudar este belo bairro, prédio a prédio, com a exaustividade metodológica que, quando bem orientada, frutifica em novas pistas para pensarmos a cidade. O que, como se sabe, é uma forma operativa de a amar e proteger".

Tal como dissemos, há anos atrás, para a Câmara Municipal, para o Bairro Azul e para Lisboa, melhor oportunidade, parece-nos difícil.
Voltamos, por isso, a perguntar: afinal, de que é que estão à espera?

Ana Maria Alves de Sousa
Comissão de Moradores do Bairro Azul

1/31/2006

“Promoção da Boa Vizinhança

A Comissão de Moradores do Bairro Azul, dando cumprimento a um dos pontos do seu Programa de Actividades – Promoção da Boa Vizinhança tem vindo a colaborar com a Escola Marquesa de Alorna, com a Associação de Pais e com a PSP/Escola Segura, no sentido de minorar alguns dos problemas com que a Escola se debate (insucesso e abandono escolar, violência e insegurança) e obter uma maior integração da Escola na vida do Bairro.
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Nesse sentido, e entre outras acções importantes que estão a decorrer, a Comissão de Moradores do Bairro Azul enviou à Senhora Ministra da Educação o documento e um pedido para que técnicos da DREL (engenheiros/arquitectos) elaborem um projecto e um orçamento/estimativa para a reabilitação, não só do edifício, mas também dos espaços verdes da Escola.

Foi também feito um pedido ao Senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para que a CML se associe a este projecto, da forma que entender mais adequada, desde logo, por exemplo, através da cedência de plantas e mão de obra qualificada para a requalificação dos espaços verdes da Escola, actualmente completamente degradados.

Sob o lema proposto pelo Conselho Executivo, “Uma Escola para o Século XXI”, a Associação de Pais, a PSP/Escola Segura e a Comissão de Moradores do Bairro Azul estão empenhados em contribuir para dar corpo a este projecto.

Construída nos anos 50, em terrenos cedidos pela CML, e considerada uma Escola Modelo, a Escola Marquesa de Alorna, pela sua história, arquitectura e património (arquitectónico e humano) é uma Escola referência na nossa cidade que não pode continuar abandonada.

Outras acções a decorrer:

Integração da Escola no Bairro – O Teatro Aberto e a Mesquita associaram-se a este projecto realizando, para os alunos da escola, visitas guiadas aos seus espaços;

Segurança na Escola – a PSP/Escola Segura realiza, no dia 18 de Março, um dia dedicado à Segurança, cujo programa será apresentado na Escola, no dia 10 de Fevereiro às 9,30 horas.

10/05/2005

Antonio Augusto de Aguiar

Para os que se esquecem que este quarteirão da Av.A.A.Aguiar também pertence ao nosso Bairro, aqui fica a informação: a construção do Bairro Azul iniciou-se, justamente, por aqui. Pena é que a maioria dos andares esteja devoluta ou ocupada por escritórios e que a Av. A.A.Aguiar seja hoje pouco mais do que uma estrada de entrada e saída da cidade. Triste, poluída e perigosa.

É urgente mudar! Gente a Viver no Bairro, precisa-se!